quinta-feira, 8 de junho de 2017

Sobre ser mãe

quinta-feira, 8 de junho de 2017


Quando eles nascem nos sentimos meio perdidas, tomadas por um misto de medo que nos põe na berlinda da insegurança por não sabermos se vamos conseguir dar conta de toda demanda exigida e necessária dos primeiros dias, o inferno do puerpério te arrebata e arrebenta com aquele amor que de tão forte, puro e genuíno, chega a parecer estranho. 
Ao longo da gravidez somos lentamente alimentadas por cobranças e não somos preparadas para construir uma conduta de enfrentamento das dificuldades que surgem normalmente quando se tem um bebê, isso nos fragiliza muito no puerpério, pois, assim que nasce um filho recebemos um bombardeio de questionamento, conselhos e especulações.
Todos dispostos a fazer algo por você, mas, poucos dispostos a respeitar suas ideias e colaborar com suas decisões. 
Nossa cultura percebe a sensibilidade (natural e própria) do período puerperal como um estado pessoal de fragilidade e até mesmo incapacidade de tomar decisões e agir com autonomia e empoderamento. De repente, ao se tornar mãe você passa a ser dependente, como se não conseguisse agir de forma segura para atender e suprir os cuidados do seu bebê, e aí querem tomar decisões por você, guiar seus passos, conduzir a sua maternagem. Querem te levar em caminhos já percorridos por outros. Mas, esquecem, que só a experiência pessoal é capaz de promover transformações genuínas em alguém.
Não estou dizendo para nos fecharmos e não darmos atenção e ouvidos ao que as pessoas nos dizem, precisamos sim de apoio, ajuda, saber ouvir e sobretudo ser ouvida. Só aprenderemos a ser mães exercendo esta função. As experiências de outra pessoa só farão sentido em nossas vidas se soubermos usá-las com autenticidade, adaptando-as a nossa realidade.
Percebemos como é gratificante ser mãe quando entendemos que as conquistas diárias dos nossos bebês fazem parte de nosso investimento e crescimento pessoal como mães. 
Nós também devemos nos sentir em pleno processo de aprendizagem. Enquanto eles descobrem o mundo, precisamos entender que tudo que está sendo internalizado somos nós quem apresentamos.


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